Banco do Povo de Cidade Ocidental

Geração de Emprego, Renda e Desenvolvimento Social.

Desafio do Microcrédito no Brasil

Introdução

O crescimento das operações de microcrédito no Brasil tem sido caracterizado pela multiplicidade de modelos e arranjos institucionais, que vão desde a ação e a prática das ONGs, OSCIPs, SCM, Cooperativas de Crédito, Bancos do Povo, programas específicos oferecidos por bancos oficiais, até programas totalmente operados por governos estaduais e/ou municipais ou instituições formadas por parcerias  entre governos e entidades da sociedade civil.

A ampliação dessas experiências nas diversas regiões, vinculadas às políticas públicas de desenvolvimento, tem mostrado a necessidade da organização das entidades gestoras e operadoras de microcrédito, crédito popular solidário e entidades similares, no sentido de garantirem uma identidade capaz de referenciar iniciativas de interesse comum, voltadas para a redução da pobreza, inclusão social e econômica e desenvolvimento do país.

“O microempreendedor não deve ser tratado “em pé de igualdade” com uma grande empresa ou multinacional, pagando as mesmas quantidades/valores de taxas e impostos para operarem no mercado.”

Por essa razão, compreender o papel do microcrédito no Brasil como uma alternativa para o desenvolvimento socioeconômico, em conjunto com outras iniciativas que levam à ampliação das oportunidades para a população socioeconômicamente excluída, devemos nos orientar basicamente pelos seguintes entendimentos:

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Microcrédito é um importante instrumento de política pública (não necessariamente estatal) de inclusão socioeconômica e, por isso mesmo, deve estar conectado com outras políticas de desenvolvimento local;

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As instituições de microcrédito diferenciam-se dos Bancos Comerciais Tradicionais, Instituições Financeiras em Geral, inclusive Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, por compreender e aplicar o crédito como uma atividade-meio e não como uma atividade-fim;

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O público-alvo prioritário é as pessoas físicas ou jurídicas, formais e informais, excluídas do acesso ao crédito pelo sistema financeiro tradicional, ou que, por razões de sua fragilidade socioeconômica, têm dificuldades de acessar as linhas de financiamento geralmente existentes.

Além dos entendimentos acima citados, essenciais à caracterização do perfil das entidades gestoras e operadoras de microcrédito, deverá a entidade colaborar no sentido do aprimoramento de suas políticas de crédito, considerando que devem operacionalizar programas de emancipação socioeconômica com uma importante ferramenta de geração de emprego e renda, portanto uma estratégia de comunicação e afirmação da cidadania - os programas de microcrédito não devem operar com uma visão paternalista ou assistencialista. Devem também se caracterizar pelo respeito aos empreendedores populares, por mais simples que sejam as atividades por eles desenvolvidas - os programas de microcrédito deverão dimensionar as exigências e as garantias de forma a responder às necessidades do seu público-alvo. É fundamental a busca do atendimento das necessidades do público-alvo, principalmente os mais pobres entre os pobres, de forma ágil e efetiva - deverão as entidades gestoras e operadoras de microcrédito orientar-se com as melhores práticas de administração de seus recursos na busca da auto-suficiência.

Mercado Potencial das Microfinanças

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9,5 milhões de pequenos empreendimentos, predominantemente informais;

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25 milhões de famílias envolvidas;

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25% da população economicamente ativa;

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30% do Produto Interno Bruto;

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60% dos postos de trabalho em nosso país.

A Exclusão

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95% dos pequenos empreendimentos não tem acesso a empréstimos bancários e apoio técnico para o desenvolvimento de seus negócios.

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Restrição das operadoras tradicionais de microcrédito aos empreendimentos novos;

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A maioria absoluta dos municípios não possui acesso ao microcrédito.

Características do Segmento do Microcrédito no Brasil

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Reduzido número de instituições e de operações;

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Baixos índices de produtividade;

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Predomínio de iniciativas de ONGs;

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Baixa participação do capital privado;

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Foco nos grandes centros urbanos;

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Preferência por financiamento a empreendimentos já instalados.

Obstáculos ao Desenvolvimento da Indústria de Microcrédito

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Comunidades pouco organizadas e lideranças não desenvolvidas em relação ao tema;

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Escassez de recursos, sobretudo nas organizações iniciantes;

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Reduzido nível de divulgação do microcrédito, como oportunidade de negócio, junto a investidores privados;

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Baixa qualificação profissional na gestão das organizações de microcrédito;

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Elevados custos operativos;

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Reduzido conhecimento das necessidades e perfil da clientela potencial das instituições de microcrédito;

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Reduzida oferta de mão-de-obra qualificada/especializada no mercado.

O Papel do Estado no Desenvolvimento da Indústria de Microcrédito

Microcrédito como política pública:

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Instrumento de maior alcance às comunidades mais carentes;

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Alternativa viável para as iniciativas das comunidades frente às dificuldades de acesso ao crédito tradicional;

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Maior capacidade de geração de ocupação e renda frente aos programas de incentivos públicos e investimentos privados;

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O microcrédito não como política compensatória, mas de integração de empreendimentos populares de pequeno porte no processo de desenvolvimento, dentro de uma ótica de inclusão econômica e social.

O Estado Como Agente Incentivador do Desenvolvimento do Microcrédito:

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O microcrédito como indústria, agente do mercado;

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Formação de Agências de Desenvolvimento;

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Incentivos financeiros à constituição de redes estaduais de organizações de microcrédito;

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Assegurar profissionalismo, eficiência e sustentabilidade das Organizações;

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Ampliar as parcerias de apoio ao pequeno empreendedor, tornando-se agente de catalização de sistemas de apoio institucional e de capacitação ao microempreendedor.

O Mercado

É crescente o contingente de pessoas que procuram montar seus próprios negócios, na sua grande maioria de natureza familiar, motivados pelas transformações sócio-econômicas por que passa o país e o mundo nos últimos anos. Esse movimento criou uma forte demanda por mecanismos de oferta de crédito popular fora das instituições financeiras tradicionais.

O conceito de microcrédito funciona em pelo menos 25 países em desenvolvimento e essa tem sido uma experiência muito bem sucedida. Na América Latina, o crédito produtivo popular começou a ser difundido nas últimas duas décadas e hoje são inúmeras organizações que movimentam carteiras de crédito de milhões de dólares.

No Brasil a prática é mais recente, mas existem várias organizações não governamentais já operando nesse mercado. Denominadas ONGs, OCIPs, SCM e instituições similares, seu objetivo é a concessão de créditos a pessoas físicas (ou pessoas jurídicas classificadas como microempresas), e sua prioridade é tornar acessível o crédito, operando a taxas baixas, por conta da estruturas de funcionamento simples e do baixo índice de inadimplência da clientela.

As condições de operação desse programa, embora social, lembram as praticas pelo mercado financeiro tradicional no que se refere à avaliação cadastral do cliente, à análise técnica de viabilidade do negócio a ser financiado, da capacidade de pagamento do empréstimo e à recuperação do crédito.

O Diferencial

No aspecto técnico obviamente o percentual da taxa de juros cobrados é atrativo para o cliente. O cadastro é de fácil compreensão tanto para quem o elabora quanto para quem fornece as informações/dados. O aval solidário e avalistas que não necessitam de rendas elevadas e possuírem bens e sendo o próprio objeto do financiamento uma garantia faz do processo uma operação técnica, mas ao mesmo tempo simplificada e ágil.

O Cliente, certamente pessoas advindas de diversos segmentos, e com histórias de vida diferentes: pequenos comerciantes, industriais, prestadores de serviço, autônomos, profissionais desempregados, donas de casa e outros, mas com uma característica em comum: “espírito empreendedor!”

Entretanto a atitude dos “Agentes de Crédito” deve ser de proatividade, ou seja, de pesquisa, e de identificação do perfil da clientela antes mesmo que ela se apresente.

As atividades produtivas que predominam na cidade, a tradição de algumas profissões, a vocação econômica do município e da região, a facilidade de obtenção de matérias primas e de equipamentos, maquinários e ferramentas de trabalho, a oferta de mão-de-obra qualificada/especializada, potencial mercadológico (consumo, etc). Todas essas variáveis devem ser observadas.

O atendimento é sem dúvidas o grande diferencial nas operadoras de microcrédito, não estando ligadas às questões técnicas como nas operadoras de crédito tradicionais, mas ao trabalho profissional que o “Agente de Crédito” desenvolve, e a “Qualidade no Atendimento” que presta ao interessado. Qualidade que vem da atenção, da cordialidade, da disposição, do interesse em ouvi-lo e em oferecer-lhe informações claras e precisas.    Já que não busca somente financiamento, mas a possibilidade de mudar sua vida; e deposita o seu sonho, nas mãos de quem o atende. 

Acompanhamento Pós-Crédito

Sendo o microcrédito destinado a oferecer oportunidades de crédito a pequenos empreendedores (pessoas arrojadas) que tenham habilidades e experiências de trabalho, que queiram produzir e crescer, iniciando ou ampliando seu próprio negócio e promover a independência financeira, gerar emprego, renda e resgatar os direitos de auto-sustentação e de desenvolvimento profissional e social do cidadão.

O Banco do Povo, por exemplo, tem como objetivo, não apenas emprestar dinheiro, mas, principalmente, que o empreendedor melhore sua capacidade de administrar e sobreviva no mercado. Por isso, promove visitas de diagnóstico e consultoria e ministra treinamentos específicos para seus clientes.

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Diagnóstico – Ajuda o empreendedor a identificar características e os principais problemas e dificuldades existentes na administração do seu negócio.

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Consultoria – com base no diagnóstico, auxiliar na implementação de medidas corretivas, sugestões de estratégias, mudança de comportamento etc, que possam propiciar maior controle e segurança na administração do empreendimento.

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Treinamento – Aplicação prática de medidas de controles, cálculos de custos e preços de venda, apuração de resultados e exercícios de processos administrativos frente ao mercado, troca de experiências entre clientes, além da integração e crescimento social.

“Ser empreendedor no Brasil é ter idéias e atitudes. É, também, ter coragem e determinação para executar um projeto e buscar resultados. Entretanto, para o empreendedor obter sucesso, é necessário que ele tenha conduta adequada e percepção suficiente para sobreviver à difícil realidade. Ser empreendedor é querer crescer, é pensar na melhor qualidade de vida de sua família e da sociedade.”

A Importância e Características do Empreendedor

A tarefa de transformar potencial mercadológico e números em negócios em uma empresa de sucesso é de inteira responsabilidade do empreendedor. Uma empresa não nasce da geração espontânea: é preciso um ato criador de alguém que é capaz de observar, analisar e formular um empreendimento que dê conta de gerar bens que possam produzir sentimento de satisfação, conforto e bem-estar nas pessoas ou em grupos de pessoas que venham a consumir estes bens. Uma empresa é um organismo vivo, dinâmico e obrigatoriamente adaptativo ao meio ambiente, para ser saudável do ponto de vista econômico, financeiro e social. Os números de uma empresa são sempre a tradução de comportamentos de pessoas, especialmente, daquelas que a criaram e/ou que estão à sua frente.

É preciso enfatizar que a técnica, por si só, não assegura o sucesso do empreendimento. Ele é produto da competência com que o empresário a escolhe, usa e ajusta em busca da concretização de sua meta e de seu projeto.

O comportamento empreendedor tem sido alvo de pesquisas sistemáticas que, essencialmente, têm resultado em um conjunto de características que, de maneira sintética, estão apresentadas abaixo:

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Busca de Oportunidades e Iniciativa – Ter a capacidade de antecipar-se aos fatos e criar novas oportunidades de negócios, desenvolver novos produtos e serviços, propor soluções inovadoras.

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Persistência – Enfrentar os obstáculos decididamente, buscando, ininterruptamente, o sucesso, mantendo ou mudando as estratégias, de acordo com as situações.

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Correr Riscos Calculados – Dispor-se a assumir desafios ou riscos moderados, comprometendo-se a responder pessoalmente por eles.

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Exigência de Qualidade e Eficiência – Decidir que fará sempre mais e melhor, buscando satisfazer ou superar as expectativas de prazos e padrões de qualidade.

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Comprometimento – Fazer sacrifícios pessoais, despender esforços extras para completar uma tarefa; colaborar com os subordinados e, até mesmo, assumir o lugar deles para terminar um trabalho; esmerar-se para manter os clientes sempre satisfeitos.

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Busca de Informações – Interessar-se, pessoalmente, por obter informações sobre clientes, fornecedores ou concorrentes; investigar, pessoalmente, como fabricar um produto ou prestar um serviço; consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial, dentre outras.

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Estabelecimento de Metas – Assumir metas e objetivos que representem desafios e tenham significado pessoal; definir com clareza, objetividade – de forma específica e mensurável – as metas de curto prazo e longo prazo.

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Planejamento e Monitoramento Sistemáticos – Planejar, dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos; revisar constantemente seus planos, considerando resultados obtidos e mudanças circunstanciais; manter registros financeiros e utiliza-los para tomar decisões.

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Persuasão e Rede de Contatos – Utilizar-se de estratégias para influenciar ou persuadir os outros; utilizar pessoas-chave como agentes para atingir seus objetivos, desenvolver e manter relações comerciais.

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Independência e Autoconfiança – Buscar autonomia em relação a normas e procedimentos; manter seus pontos de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados desanimadores; expressar confiança na sua própria capacidade de complementar tarefa difícil ou de enfrentar desafios.

O microcrédito nasceu com objetivos e caráter sócio-econômico e para concretiza-lo em nosso país, as operadoras de microcrédito devem contar com um mínimo de organização, coordenação e cooperação. Além disso deve-se orientar todo o seu esforço para o cliente respondendo e atendendo as suas necessidades de maneira adequada, tanto na operação financeira (crédito concedido) quanto o assessoramento (acompanhamento pós-crédito – diagnósticos, consultorias, treinamentos e etc), até a sua liquidação, sempre respeitando todas as condições compreendidas da operação de crédito concedida junto à operadora de microcrédito.

Muito cuidado também devem ter os tomadores de empréstimos, para manter seus compromissos em dia. Não por acaso, entre as exigências prévias para obter os recursos está o trato profissional com as contas da empresa muitas vezes misturadas com as contas particulares – comumente, o pequeno empreendedor não faz planejamento nem controle, assim deixando de priorizar os compromissos mais importantes. Por isso as organizações operadoras abordam essas questões durante as visitas de acompanhamento e assistência técnica. O crédito é essencial; portanto, há que zelar por ele.

Referências Bibliográficas: Como Administrar o Seu Pequeno Negócio e Plano de Marketing – Banco do Povo/GO – Orientação ao Crédito – Sebrae/GO.

Diagramação, Texto e Arte: Marcelo Mançano Aro - Coordenador Executivo - Banco do Povo de Cidade Ocidental

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