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Banco do Povo de Cidade Ocidental Geração de Emprego, Renda e Desenvolvimento Social. |
Custos e Preço de Venda no Comércio Com
o crescente índice de concorrência em todos os setores, a preocupação
que vem assolando as empresas é o CUSTO,
pois, quanto maior, menor a chance de competir no mercado, menor a
margem de lucro, elevando assim, o grau de risco do negócio.
O
comércio é um dos setores mais afetados em termos de concorrência,
pois ele fica totalmente exposto aos olhos do público. Por isso, as
instalações físicas, as mercadorias e aqueles que fazem o atendimento
têm que estar em perfeita harmonia e lógica, ou seja, tudo tem que
estar compatível com o perfil da clientela, alvo do negócio. Na
realidade, o empresário hoje tem que ser uma espécie de malabarista de
primeira, pois, para competir no mercado, ele tem que procurar reduzir
custos sem perder a qualidade, e ainda buscar resultados satisfatórios
para a sobrevivência de seu negócio. Não é fácil. Mas, com esforço,
persistência e um bom apoio gerencial, tudo se tornará mais fácil. Um dos pontos-chave para o sucesso de uma empresa é a prática de bons preços. Bom preço é aquele que o cliente paga com satisfação, com a certeza de ter pago um preço justo, um preço que a mercadoria realmente vale, além do que, é um preço que agrega uma margem de lucro para a empresa, dando-lhe condições de sua perpetuação no mercado. Você já sabe por quanto irá vender suas mercadorias? O
preço de venda ideal é aquele que permite à empresa:
Para
decidir qual o melhor preço de venda da mercadoria é preciso conhecer:
Entretanto, o custo merece um destaque especial, pois ele é o alicerce para decisões empresariais. Para que uma empresa trabalhe com segurança no que diz respeito ao preço de venda de suas mercadorias, ela tem que ter um rigoroso controle de seus custos, levantando sistematicamente o que, com que, e quanto gasta, para saber se está obtendo resultados. E para isso é preciso manter um controle contínuo e rigoroso de todos os custos, não desprezando nenhum por menor que seja. Para
possibilitar essa mensuração é preciso saber:
Afinal,
o que é custo? Custo
é o consumo de bens e serviços para a obtenção de outros bens e serviços,
expressos em unidades monetárias. Classificam-se em variáveis e fixos. A
- Quanto custa o que se quer vender? Os
Custos Variáveis no comércio são todos aqueles ligados diretamente à
mercadoria, variando de acordo com a quantidade de mercadoria adquirida e
vendida. Os Custos Variáveis de Aquisição são todos aqueles que compõem
o preço de compra, sendo que é preciso extrair as informações das
Notas Fiscais de compra, pois é ela que fornece o valor do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), o valor do frete, se este for por conta do
fornecedor, etc. Enfim, não existe uma regra geral; toda empresa tem seus
Custos de Aquisição expressos na Nota Fiscal de compra. Para apurar o
Custo de Aquisição da Mercadoria tem de se verificar se o ICMS vem
incluso no preço de compra ou se é retido na fonte. Além disso deve-se
também verificar se o IPI incide ou não sobre a venda da mercadoria.
Exemplificando a seguir a forma de apurar o custo de aquisição para
todos esses casos. Preço
de Compra Unitário (PCU):
Observação:
para saber
quando deverá apropriar de custo com frete, a empresa deverá relacionar
o seu valor com o valor da compra. Exemplo:
digamos que uma Transportadora cobrou R$ 50,00 para transportar a
mercadoria no valor de R$ 1.000,00. Nesse caso, R$ 50,00 em relação a R$
1.000,00 equivale a 5%, o que significa que esse percentual deverá ser
acrescentado ao Custo de Aquisição da Mercadoria. Além disso, a empresa
deve retirar o valor de ICMS que está incluso no valor do frete, sendo
que este deverá ser creditado. B
– Quanto Custa Para Vender? Estes custos são chamados de Custos Variáveis de Venda (CVV%) ou Custos de Comercialização (CC%) que são todos aqueles que incidem sobre o preço de venda em percentual, variando proporcionalmente à quantidade vendida. Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), PIS, COFINS, Contribuição Social, Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), Comissão Sobre Vendas, etc. para empresas enquadradas no Sistema de Pagamento de Impostos e Contribuições Federais – SIMPLES, ela deverá verificar qual é o somatório dos percentuais que incide, conforme os parâmetros estabelecidos pelo Faturamento Bruto Acumulado, a ser considerado desde o seu enquadramento. C
– Quanto Custa Para Manter Sua Empresa em Funcionamento? Os
gastos para a manutenção da operacionalização de uma empresa são
chamados de Custos Fixos (CF) ou Custos Operacionais (CO) que são todos
aqueles que a empresa tem no decorrer de um período, geralmente de um mês,
que independem da quantidade de mercadoria adquirida e/ou vendida. Assim,
o preço de cada mercadoria deverá conter uma parcela destes custos. Para
tanto, é necessário se saber qual a sua relação percentual com o
Faturamento Bruto, podendo a empresa se utilizar da Média Semestral Móvel,
para se ter um valor médio tanto dos Custos Fixos, quanto do Faturamento
Bruto. Exemplos
de Custos Fixos que as empresas em geral têm:
aluguel, água, energia, telefone, honorários contábeis, Pró-labore dos
sócios + encargos sociais, salários + encargos sociais, materiais de
escritório e de limpeza, IPTU, leasing, etc... D
– Qual é a Perspectiva de Receita Bruta? Também
chamado de Faturamento Bruto e, ainda, de Vendas Brutas, que é o montante
que a empresa recebe proveniente das vendas de suas mercadorias, sendo que
é utilizado para pagar todos os custos e ainda remunerar os fatores
utilizados para o seu desempenho econômico e financeiro, podendo ser
representado da seguinte forma: Receita
Bruta = Preço de Venda Bruto Unitário x Quantidade de Mercadorias
Vendidas. Toda
empresa deve fazer previsão mensal, tanto de Receita Bruta, como de
Custos, pois ela tem que ter um parâmetro para direcionar os recursos
disponíveis para atingir, no mínimo, um equilíbrio econômico e
financeiro. Para isso, o empresário tem de fazer de seus dois olhos,
quatro, para ter visão global do contexto em que seu negócio está
inserido, podendo dessa forma vislumbrar o futuro e planeja-lo. Para
ajuda-lo nesse planejamento, o empresário deve se perguntar: Onde
Quero Chegar? A resposta a essa pergunta possibilita de forma
natural a melhor condução de seu negócio, levando-o a outros
questionamentos que comporão o roteiro do planejamento. E
– Qual a Contribuição das Mercadorias Para Cobertura dos Custos Fixos? É
comum as vendas oscilarem, principalmente no comércio varejista que vende
direto ao consumidor final. Por isso, é preciso fazer uma média não só
das Vendas Brutas, com também dos Custos Fixos, sendo recomendável a
utilização de 06 (seis) meses, por ser este um período considerado bom
para se ter um parâmetro da situação da empresa, podendo chamar este método
de Média Semestral Móvel. Para
tanto, basta somar os valores mensais tanto dos Custos Fixos como da
Receita de seis meses anteriores e dividi-los por seis, separadamente, é
claro. Exemplo de Média Semestral Móvel:
Média
Semestral dos Custos Fixos (CFM) = _Valor
dos Custos Fixos no Semestre 06
Meses CFM
= _R$ 4.500,00_ = R$750,00 06
Meses Média
Semestral Móvel do Faturamento Bruto (FBM)= _Valor
do FB no Semestre_ 06
Meses FBM
= _R$ 17.500,00_ = R$ 2.919,67 06
Meses Neste
exemplo podemos então calcular um percentual médio dos Custos Fixos em
relação ao Faturamento Bruto. CF%
= _____Custo Fixo Médio___ x
100, Faturamento
Bruto Médio CF%
= __R$ 750,00__ x 100 = 25,69% R$
2.919,67 Isto
quer dizer que cada mercadoria vendida deverá contribuir com 25,69% de
seu preço para o pagamento do total dos Custos Fixos,o que é muito alto,
pois compromete muito a empresa, necessitando que a mesma adote uma política
mais agressiva, visando um aumento quantitativo de vendas, pois nesse nível
o lucro da empresa fica bastante comprometido. Para
empresas em implantação, deverão ser realizadas projeções tanto de
Custos Totais, quanto de Faturamento Bruto. F
– Qual É a Perspectiva de Lucro? Com
relação ao lucro, a empresa deverá analisar seus custos, os preços
praticados pelos concorrentes, a qualidade das mercadorias, a
rotatividade, e se a oferta é maior ou menor que a procura, para definir
qual a melhor parcela de lucro a ser repassada para o preço. Para
saber qual é a rotatividade de cada mercadoria, é só implantar em sua
empresa um controle rigoroso de entrada e saída e fazer um acompanhamento
contínuo. Após
esses esclarecimentos, para seu melhor entendimento, vamos utilizar um
exemplo, partindo de dados e valores hipotéticos. Faça o acompanhamento
substituindo para os seus dados. Digamos
que uma empresa comercializa no varejo dois tipos de mercadorias, que
chamaremos de X
e de Y.
verificando a Nota Fiscal de compra, obtivemos os seguintes custos que
compõem o preço de compra:
1º
Passo: Apurar o Custo de Aquisição das Mercadorias (CAM)
Obs:
Nesse exemplo não incide IPI na venda. Como
vimos, os custos de aquisição das mercadorias foram de R$ 9,60 e R$
11,52 respectivamente. 2º Passo: Levantar os Custos Variáveis de Vendas (CVV%)
Obs:
Se sua empresa está enquadrada no Sistema de
Pagamento de Impostos e Contribuições Federais – SIMPLES, deverá
verificar o somatório de seus Tributos Federais, que é de acordo com o
Faturamento Bruto, e substituí-los na tabela acima. Nesse
exemplo temos que os Custos para vender as mercadorias somam 23,81%. 3º
Passo: Verificar com Que Percentual as Mercadorias Contribuirão com o
pagamento dos Custos Fixos Para
sabe-lo, utilizaremos a Média Semestral Móvel. Digamos que essa empresa
apresentou um resultado da Média Semestral Móvel das Vendas e dos Custos
Fixos de R$ 25.000,00 e R$ 2.500,00 respectivamente. De posse desses
valores, verifica-se qual o percentual que cada mercadoria vendida deverá
contribuir para o pagamento dos Custos Fixos/operacionais da empresa,
através da seguinte fórmula: CF%
= ___Valor do Custo Fixo Médio___ x 100 Valor
das Vendas Brutas Média Substituindo,
temos: CF%
= __R$ 2.500,00__ x 100 = 10% R$
25.000,00 A taxa proporcional é de 10%, o que significa que cada mercadoria arcará com 10% dos Custos Fixos através de suas vendas. 4º
Passo: Fixar uma Margem de Lucro Finalmente,
resta saber quanto essa empresa obterá de lucro com a venda destas
mercadorias. Já comentamos, anteriormente, sobre esta questão. Não se
pode simplesmente fixar uma margem de lucro e vender. Não. Vai depender
da política de expansão da empresa, dos seus custos e da concorrência
que a empresa está enfrentando naquele determinado período. É
certo que, a tendência é as empresas obterem ganhos proporcionais à
velocidade de seu giro, devido à oferta estar em situação privilegiada,
ou seja, maior que a procura. Na atual conjuntura, o lucro é obtido mais
a longo prazo, por isso mesmo empresário, paciência e bom senso são
ingredientes fundamentais na fixação da margem de lucro. A
título de exemplo, digamos que se quer vender tanto a mercadoria X
como a Y
com uma Margem de Lucro de 10%. 5º
Passo: Calcular a Taxa de Marcação (TM) a
Taxa de Marcação (TM) é o fator que irá definir o preço final de
venda da mercadoria, sendo que para calcula-la utiliza-se a seguinte fórmula: TM
= ____________100____________ 100
– (CF% + CVV% + ML%) Onde:
Agora,
basta substituir os índices já calculados anteriormente: TM
= _______________100_______________ = 100
– (10,00% + 23,81% + 10,00%) TM
= ___100___ = 1,78 56,19% Isto
que dizer que a taxa para calcular o Preço de Venda é de 1,78. 6º
Passo: Cálculo do Preço de Venda das Mercadorias Agora
é só calcular o Preço de Venda das mercadorias que é o resultado da
multiplicação do Custo de Aquisição da Mercadoria pela Taxa de Marcação,
ou seja. PV
= CAM x TM,
sendo que PV = Preço de Venda Unitário. Assim,
no caso do nosso exemplo teremos: PV
(X) = R$ 9,60 x 1,78,
portanto: PV = R$ 17,09 PV
(Y) = R$ 11,52 x 1,78,
portanto: PV = R$ 20,51 Assim
a mercadoria X
poderá ser vendida por R$ 17,09 e a Y
por
R$ 20,51 a unidade. Percebeu como é simples? Você só não pode esquecer, que esses preços são para vendas à vista. Para vendas a prazo você tem que acrescentar os percentuais de juros possíveis de serem repassados. Mas isso é assunto para outra conversa. E não se esqueça, para esclarecer qualquer dúvida, procure um profissional da área para orienta-lo.
Referências Bibliográficas: Enedina de O. Leite Peçanha - Série Informações Gerenciais – Sebrae/GO e cursos ministrados pelo Banco do Povo/GO. |
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Diagramação, Texto e Arte: Marcelo Mançano Aro - Coordenador Executivo - Banco do Povo de Cidade Ocidental |
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